II.

Nesgas agudas do areal
E gaivotas que voais em redor do navio,
Tornais o meu cérebro mole,
— Esmeralda viva do Canal
E desertos inundados de sol! —
Meu pobre cérebro inconsequente e doentio!

No qual uma rede se desenha,
Complicada, de sofrimentos irregulares...
— Águas que filtrais na areia! —
Antes que o crepúsculo venha,
O crepúsculo e as larvas tumulares,
A impureza inútil dissolvei-a.

Que o sol, sem mancha, o cristal sereno
Volatilize, ao seu doce calor,
A fria e exangue liquescência...
Um hálito! Não embaciará de veneno,
Indecisa, incolor,
Da areia o brilho e a viva transparência.

Recortes vivos das areias,
Tomai meu corpo e abride-lhe as veias...
O meu sangue entornai-o,
Difundi-o, sob o rútilo sol,
Na areia branca como em um lençol,
Ao sol triunfante sob o qual desmaio!