CLEPSIDRA

CAMILO PESSANHA (1867-1926)

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Inscrição

Eu vi a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida e inerme.
Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...

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chorai.arcadas@gmail.com

Índice


Inscrição

:: s o n e t o s ::
Caminho
I. Tenho sonhos cruéis; n’alma
doente

II. Encontraste-me um dia no
caminho

III. Fez-nos bem, muito bem,
esta demora:

Estátua
Olvido
Madalena
No claustro de Celas
Paisagens de Inverno
I. Ó meu coração, torna para
trás.

II. Passou o Outono já, já
torna o frio...

San Gabriel
I. Inútil! Calmaria. Já
colheram

II. Vem conduzir as naus, as
caravelas,

Tatuagens complicadas do
meu peito:

Fonógrafo
Esvelta surge! Vem das águas,
nua,

Desce em folhedos tenros a
colina:

Floriram por engano as rosas
bravas

Vénus
I. À flor da vaga, o seu
cabelo verde,

II. Singra o navio. Sob a água
clara

Foi um dia de inúteis agonias.
Depois da luta e depois da
conquista

Quem poluiu, quem rasgou os
meus lençóis de linho,

Quando voltei encontrei os
meus passos

Imagens que passais pela
retina


:: p o e s i a s ::
Interrogação
Crepuscular
Castelo de Óbidos
Na cadeia
Vida
Rufando apressado,
Canção da partida
Roteiro da vida
I. Enfim, levantou ferro.
II. Nesgas agudas do areal
III. Cristalizações salinas,
Se andava no jardim,
Depois das bodas de oiro,
O meu coração desce,
Violoncelo
Ao longe os barcos de flores
Viola chinesa
Água morrente
Em um retrato
Voz débil que passas,
Porque o melhor, enfim,
Branco e vermelho
Poema final